o bonito fim-de-semana em Madrid deu para muito. e deu para arregalar os olhos com o Reina Sofía e o Prado. de tudo quanto vi(mos) e que – apesar do curto tempo – foi muito, destes não me esquecerei tão cedo. foi um prazer, madrid.
o mais belo jardim
o quebra-cabeças civil
as mais belas meninas
No pequeno livro dedicado à capital de que já aqui falei, José Cardoso Pires enumera umas quantas obras de pincel que conservam o espírito da sua Lisboa. Esta, pintada a óleo por Abel Manta (1888-1982), mostra o Largo de Camões, também um dos meus espaços predilectos da cidade, por sinal. Corria o ano de 1932 e, ontem como hoje, o Camões era já um bulício de gente desencontrada.
comer olhos de cereja
trincar o caroço dos dias
pintar as mangas do tempo
e lembrar que facas não cortam sonhos.
amanhã o sol vai nascer de noite.
às vezes, ao espelho, ainda me entra pelos olhos aquele catraio de sonhos como guarda-chuvas em dias molhados.
e é quando os fecho, e me dou à chuva num dar gostoso de que nunca me arrependo, que acredito. afinal pode mesmo haver muito sol aqui escondido.
*Nu devant la cheminée, de Balthus (1975)
Ulysses deriding Polyphemus – Homer’s Odyssey (National Gallery, London), John Mallord William Turner (1775-1851)
Ilustração de As Meninas (1656-57), de Diego Velázquez.
Espero, lá para finais de Fevereiro, poder ver esta e outras obras no Museu do Prado (Madrid).
Impressão, Sol Nascente (Museu Marmotan, Paris); Claud Oscar Monet (1840-1926)
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