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lisboa, por josé cardoso pires

Agosto 27, 2007

Outro dia, na Fnac do Chiado, encontrei um livrinho que não sabia existir. Chamava-se Lisboa, Livro de Bordo – vozes, olhares, memorações e tinha a assinatura de José Cardoso Pires. A edição que tive em mãos era da colecção de livros de bolso da Dom Quixote, custava não mais que cinco euros.

Num qualquer outro dia dos últimos anos – e depois de ler umas quantas linhas – teria imediatamente arrancado aquelas páginas comigo para fora da livraria. Mas os tempos são mesmo de forte recessão e por isso não comprei – sempre uma insidiosa mentira, esta da crise dos dinheiros, ou não fossem três euros de uma assentada para tabaco, ainda que só de quando em quando.

E porque não comprei, detive-me no café da Fnac por uma boa meia hora, tempo em que li para lá de 30 páginas do retrato escrito da capital feito por Cardoso Pires. Não me alongarei muito mais sobre a coisa. Apenas dizer que me encantou desde a primeira sílaba e que é uma apaixonada e cativante descrição da Lisboa de hoje e de outros tempos, especialmente da de outros tempos. Numas destas (últimas) tardes muito desocupadas conto passar por lá para terminar a leitura e, quem sabe, cometer o deboche de gastar dinheiro em livros.

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«Logo a abrir, apareces-me povoado sobre o Tejo como uma cidade de navegar. Não me admiro: sempre que me sinto em alturas de abranger o mundo, no pico de um miradouro ou sentado numa nuvem, vejo-te em cidade-nave, barco com ruas e jardins por dentro, e até a brisa que corre me sabe a sal»

Lisboa, Livro de Bordo (pp. 1), José Cardoso Pires

Um comentário

  1. […] com Lisboa, Livro de Bordo, do Cardoso Pires. Na altura o texto impressionou-me, como dei conta aqui, na antiga casa. E é porreiro que, mais não seja, os blogues sirvam para estes exercícios de […]



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